Eclesiastes 2.1-11 - O Fracasso do Hedonismo

            O hedonismo ou fracasso do hedonismo está resumido em Eclesiastes 2.1-11. Hedonismo vem da palavra grega hedonê que significa, “prazer” ou “vontade”. Portanto, o hedonismo é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. No capítulo 1 de Eclesiastes vimos que faculdades intelectuais do autor falharam, então ele passou a colocar em prática o hedonismo para descobrir se encontraria no prazer uma fonte de completa satisfação. Em outras palavras, ele procurou ter uma vida que lhe proporcionasse satisfação, alegria, enfim, a tão procurada felicidade. Para alcançar tal objetivo, se fartou de bebida alcoólica, de mulheres, de música, de tudo o que havia de mais luxuoso na época, fez belas construções, assim como belíssimos jardins. Embora tudo isso seja fontes de grande prazer, nada concedia uma satisfação duradoura, pois, o prazeres eram momentâneos, passageiros e ele sempre estava procurando algo novo para fazer. E muitos são os que acham que vão encontrar prazer se fizerem algo novo ou de novo.

Após delinear o problema e a evidência da futilidade de tudo que se faz de baixo do sol, e mostrar que a sabedoria não pode solucionar o enigma da vida, o eclesiastes argumenta que a busca do prazer também não pode saciar a sede espiritual do homem. Primeiro somos informados a respeito de sua decisão, o que planejava fazer, “Disse comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade” (v. 1a), em português claro ele disse: “Resolvi me divertir, curtir e desfrutar dos prazeres da vida”. Depois fez uma breve conclusão, “mas também isso era vaidade. Do riso disse: é loucura; e da alegria: de que serve? (vs. 1b-2). A lição foi: “Descobri que isso também é ilusão. Cheguei à conclusão de que o riso é tolice e de que o prazer não serve para nada”.

Nos versículos 3 a 8 temos então um registro bem mais detalhado de todo o empenho diligente realizar sua decisão hedonista (v. 1). E, os versículos 9 e 10 falam das alturas do esplendor que alcançou e de tudo que não se privou. E, finalmente reitera suas conclusões no verso 11: “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”. 

            Esta é a vida de um hedonista, o tempo todo procurando felicidade ou satisfação pessoal como o bem maior para sua vida. Nenhum de nós diria que é um hedonista dedicado ao prazer como Salomão o foi. Porém, todos nós somos hedonista em algumas áreas e para piorar a situação nestas mesmas áreas também somos egoístas. Uma frase bem comum hoje em dia é: “Ser feliz é o que importa”. O pensamento por trás desta frase é uma união de hedonismo-egoismo. Tal combinação deve ser destruída de nossas vidas para que tenhamos uma felicidade real e duradoura.

            A única maneira de destruirmos esta combinação pecaminosa, e que busca uma falsa felicidade, é cumprir o que o Senhor Jesus nos instruiu: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Mt 22.35). O Senhor é a nossa única fonte completa de satisfação. Um hedonista-egoísta é alguém que está afastado de Deus, pois, só pensa em si mesmo ao colocar os prazeres terrenos em primeiro plano sem se importar se está agradando ao “Senhor seu Deus” com sua atitude ou atividade.

Quando a Palavra diz de todo coração, de toda alma e de todo o entendimento ela não deixa opções para que pensemos que em algumas áreas de nossas vidas podemos ser hedonistas-egoístas. A palavra “todo” significa completo, integral, inteiro e isso exclui a possibilidade de separarmos algumas áreas de nossas vidas para uma auto-satisfação carnal.

            Mas, como é tudo isso na prática? Ao considerar as coisas materiais ou terrenas e as coisas espirituais ou celestiais. Quais te dão mais prazer nesta vida, as coisas espirituais ou materiais? Sendo bem especifico, por exemplo, o acumulo de tesouros daqui da terra são mais prazerosos ou o acumulo de tesouros no céu te dão mais prazer? Ouça o que Jesus disse a esse respeito: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.19-21).

Como é possível amar o “Senhor seu Deus” de todo coração, com um coração dividido entre o terreal e o celestial? Neste mesmo capítulo Jesus disse que isto é impossível: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. O dinheiro é capaz de quebrar relacionamentos e até afastar as pessoas de Deus. Muitos não participam dos cultos da igreja para ganhar mais dinheiro, pois, ele se tornou um senhor e não é possível servir a dois senhores ao mesmo tempo. E Salomão um dos homens mais ricos do mundo chegou a conclusão o dinheiro também não trás felicidade.

            “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegra-vos” (Fp 4.4).

A realidade é que você deve estar em um de três caminhos à procura de plena satisfação. O primeiro, é caminho largo, o caminho da perdição. Neste caso você precisa de Cristo, o único que pode lhe a salvação da alma e plena satisfação.

O segundo, é o famoso caminho laodiceano, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3.15-17). Uma boa expressão para entendermos este caminho laodiceano é “estar em cima do muro” é o crente que está procurando fazer a vontade de Deus e a sua vontade ao mesmo tempo. Tentando servir dois senhores, tentando fazer o que é impossível.

E o terceiro, é o caminho feliciano. É o caminho que o Senhor nos aconselha seguir: “Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3.18-20).

O eclesiastes chegou à conclusão que o único meio de se ter plena satisfação é não ser um hedonista-egoísta e sim alguém que teme a Deus, de todo coração, de toda alma, de todo entendimento e que guarda o seus mandamentos.

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