20 junho 2012

Eclesiastes 4.4-6 - Nem Workaholic Nem Preguiçoso Simplesmente Trabalhador



Então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento. O tolo cruza os braços e come a própria carne, dizendo: Melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento
A lenda do homem mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu e acima da terra. Ao nascer nem chorou. Cresceu o menino na maior preguiça e fastio. Nada de roça, nada de lida, tanto que um dia o moço se viu sozinho no pequeno sítio da família onde já não se plantava nada. O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha o que comer. Vai então que ele chama o vizinho, que era também seu compadre, e pede pra ser enterrado ainda vivo.
E, depois de muita insistência lá se foi o cortejo. Ia sendo carregado por alguns poucos, nos braços de Josefina, sua rede de estimação. Quando passou diante da casa do fazendeiro mais rico da cidade, este tirou o chapéu, em sinal de respeito, e perguntou: “Quem é que vai aí? Que Deus o tenha!” “Deus não tem ainda, não, moço. Tá vivo”.
E quando o fazendeiro soube que era porque não tinha mais o que comer, ofereceu dez sacas de arroz. O preguiçoso levantou a aba do chapéu e ainda da rede cochichou no ouvido do homem: “Moço, esse seu arroz tá pronto?” “Tá não”. “Então, segue o enterro, pessoal”.
Nem o preguiçoso e nem o workaholic estão no caminho certo. Em tudo na vida a moderação é mais excelente. Esta é a mensagem oferecida a nós nestes três versículos. Temos que ser moderados em tudo que fazemos. Aqui temos a comparação entre o workaholic e o preguiçoso, e, em seguida, o equilíbrio bíblico entre esses dois extremos. Lemos o seguinte no versículo 4: Então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento”. Aqui está sendo feita uma observação da vida como realmente é. Ao observarmos a natureza e atividade humana descobrimos que as pessoas competem entre si em tudo. Normalmente não gostamos de perder em nada que participamos. Nem em jogo de palito. Seguir o exemplo de humildade de Cristo é algo muito difícil para nós. Não gostamos de perder porque a derrota fere nosso orgulho. A natureza humana é competitiva e sempre quer vencer. A declaração deste versículo é muito forte. todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja”.
A palavra “todo” poderia ser traduzida como “cada”. Cada tipo de trabalho e realização. O ponto é que cada realização é resultado de um desejo de ser superior aos outros. Seja no trabalho, seja nos estudos, seja nos esportes e seja na igreja. Vivemos em um constante estado de competição. Em uma área ou outra queremos ser melhores que o nosso próximo. Olhe o versículo 4: toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo”. Pesquisas indicam que nove em cada dez trabalhadores sofrem de “inveja profissional” de colegas que prosperam em seus empregos. As pessoas não se alegram quando um colega de trabalho é promovido em seu lugar.
Essa busca para chegar à frente também é verdade em outras áreas de nossas vidas. Queremos ser mais bem sucedido do que os nossos vizinhos, amigos e parentes. A roupa que você está usando agora, princialmente as mulheres, provavelmente não é porque precisa delas, mas para que as pessoas a vejam com elas. Muitos, principalmente os homens, não compram um carro zero porque precisam de um, mas para que sejam vistos pelos outros com um carro zero.
A mensagem que está sendo transmitida aqui é que todos nós queremos ser notados, queremos ser o centro das atenções. Portanto, invejamos uns aos outros e competimos uns com os outros. Admitindo ou não, a rivalidade é uma força motriz em todos nós. Alguns, quando percebem os males da inveja e da rivalidade, determinam que serão diferentes. Argumentam dizendo não querem ser pessoas gananciosas que pisam nos outros para subirem na vida não se importando com os meios. No entanto, este é um extremo perigoso também. Atitudes extremistas nem sempre são saudáveis e úteis para crescimento espiritual. Temos que ser moderados e mansos assim como foi nosso Senhor Jesus.
Acompanhem comigo o versículo 5: “O tolo cruza os braços e come a própria carne”. A linguagem deste versículo significa que pessoas preguiçosas, eventualmente, praticam auto-canibalismo. Claro que, Salomão está sendo sarcástico e está usando uma hipérbole. Ele zomba da preguiça!
Quando lemos a palavra “tolo” na Bíblia, é natural supor que o termo significa “idiota” ou “pobre de inteligência”. Afinal, é isso que a palavra significa. No entanto, o significado bíblico desta palavra é algo muito pior. Um tolo é alguém que nega a Deus, ridiculariza a sabedoria divina, e ri de coisas eternas. Tolice é uma postura teológica, uma demonstração de desprezo à Palavra de Deus.
Deus quer que os seres humanos trabalhem, principalmente os da igreja. É por isso que enfatizamos a importância de uma ética de trabalho piedosa. Acreditamos que todo aquele que é fisica e mentalmente capaz deve trabalhar. A Bíblia diz: se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2 Tss 3.10). Em Colossenses 3.23 diz: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens”. A Bíblia é clara quanto a nossa obrigação de representar Cristo em nosso trabalho.
Versículo 6: “Melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento”. O equilíbrio entre o workaholismo e a preguiça é o ideal. À primeira vista, parece que os versículos 5 e 6 se contradizem, no entanto, devemos temos que entender que tanto o verso 6 como o verso 5 é um provérbio.
O trabalho árduo e a proficiência voltados ao lucro muitas vezes levam à competição e à rivalidade (4:4). Por sua vez, isto pode resultar em problemas e até mesmo em morte prematura. (1 Timóteo 6:9, 10) Assim, qual é o conceito equilibrado? Estar contente com um ganho menor, acompanhado de paz, em vez de dobrar o lucro, acompanhado de labuta e intriga.
Este não é um argumento a favor da preguiça, mas sim um encorajamento para termos uma vida equilibrada. Bem-aventurados os equilibrados! A pessoa sábia percebe que algumas coisas são mais importantes do que outras coisas, que ter mais dinheiro não substitui a alegria de passar tempo com pessoas.
Paulo disse:aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fl 4.11). O que é contentamento? Contentamento é entender e aceitar que você tem tudo que você precisa para o momento. É entender e aceitar que se você precisasse além do que você tem, Deus lhe daria. O ensinamento implícito aqui é o seguinte: melhor ter menos e aproveitar mais do que se tornar um workaholic e aproveitar pouco da vida. Nosso maior problema não é o alto custo de vida, mas sim um custo vida alto. O maior problema de administração financeira, não é o tanto que você ganha, mas sim o tanto que você gasta. Queremos mais do que precisamos. E isso tem cura? Claro que sim. A cura para isso é o contentamento, estar disposto a se contentar com menos e ter mais descanso.
O equilíbrio bíblico deve ser nosso alvo em tudo que fazemos. Nem workaholic, nem preguiçoso, simplesmente trabalhador. O crente não deve ser nem orgulhoso, nem fraco, simplesmente moderado. Sigamos o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo.



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